O nascimento de um dos modelos mais carismáticos do mundo automóvel foi em 1976
Ford Fiesta MK1 (1976 - 1983)
Mecanicamente, o Fiesta seguia a tradição com uma caixa de quatro velocidades montada numa nova versão dos motores Kent OHV da Ford. O modelo foi fabricado na fábrica de Valência situada em Espanha, tendo ainda algumas unidades sido fabricadas na Alemanha, na fábrica de Colónia e em Dagenham, Inglaterra.
Para reduzir custos e tempos de pesquisa do desenvolvimento do motor, muitos motores Kent modificados destinados ao Fiesta foram testados no Fiat 127 permitindo testes de estrada por toda a Europa.
O Ford Fiesta foi um sucesso e a milionésima unidade tinha sido produzida dia 9 de Janeiro de 1979.
Esteve disponível com um motor 1.0L (957cc), um 1.1 e ainda uma motorização 1.3 OHV, a gasolina. A versão mais luxuosa deste modelo era a Ghia, tradição que se manteve em diversas gamas até meados de 2016.
O modelo desportivo XR2 dispunha de um motor 1.6L e visualmente para o distinguir das outras versões, dispunha de alargamentos em plástico preto nas cavas das rodas e pára-choques. Os faróis quadrados foram substituídos por faróis redondos, o que originou a que os indicadores de direcção fossem movidos para os pára-choques. O carro atingia os 100km\h em 9,3 segundos e tinha uma velocidade máxima anunciada de 169km\h.
Este modelo desportivo transformou-se num carro de culto ao longo dos anos 80 e actualmente tornou-se num apetecível carro de colecção.
Ford Fiesta MK2 (1983 - 1989)
Em 1983 apareceu a segunda geração do Fiesta. A carroçaria mantinha muitos traços da primeira geração, mas dispunha uma frente mais aerodinâmica e um interior remodelado.
O motor 1.3 OHV foi substituído por um CVH de capacidade semelhante, tendo este novo motor sido substituído por um 1.4 dois anos mais tarde.
Os motores 1.0 e 1.1 continuaram a ser utilizados com algumas alterações, e pela primeira vez o Fiesta recebeu um motor diesel de 1.6L, sendo por sua vez, um bloco adaptado do utilizado no Ford Escort.
O XR2 foi melhorado com um kit de carroçaria diferente, dispunha de um motor 1.6 CVH de 96cv proveniente do Escort XR3 e uma caixa de velocidades de cinco relações (também usada nos modelos com motores 1.3). Em 1986 o motor foi revisto, tornando-se mais amigo do ambiente, mas menos potente.
O Fiesta MK2 foi um sucesso de vendas, mas no final da década de 80, o modelo já se encontrava envelhecido em comparação com os rivais mais modernos Peugeot 205, Fiat Uno e Citroën AX.
Ford Fiesta MK3 (1989 - 1996)
A introdução da terceira geração Fiesta reforçou a popularidade do modelo, sendo bastante ajudado com a introdução de uma variante de cinco portas.
Em 1992 o RS Turbo foi suplantado pelo RS1800, sendo este novo modelo equipado com o 1.8 Zetec de injecção directa de gasolina de 130cv, permitindo uma velocidade máxima na ordem dos 200km\h.
Em 1994, a versão XR2i deixou de ser produzida, mas o seu substituto apareceu numa versão denominada SI, que contava com pára-choques mais envolventes e arredondados, mas menos desportivo, contando apenas com um motor 1.4 ou o 1.6 Zetec em alguns mercados.
A inclusão de motores de injecção directa em 1992 e alguns elementos de segurança do Mondeo em 1994 deixaram o Fiesta competitivo. Esta última alteração (formalmente conhecida como geração MK3.5) introduziu no carro novos espelhos laterais (usados também no MK4 e MK5) provenientes do Mondeo, piscas laterais ovais em vez dos quadrados, entre outras coisas, como airbag para o condutor.
Embora substituído em 1995 pelo MK4, o MK3 (MK3.5) continuou a ser produzido até 1996, sob o nome de Fiesta Classic. Os modelos com bastante saída no nosso mercado foram os 1.1, se bem que os 1.1 mais antigos a carburador, eram mais potentes que os de fabrico pós a 1992 com injecção directa (50cv injecção direta vs 55cv carburador).
Actualmente continua a ser bastante frequente ainda ver alguns Ford Fiesta desta geração a circular nas nossas estradas, graças à comprovada fiabilidade mecânica destes modelos.
Ford Fiesta MK4 (1995 - 1999)
O Fiesta MK4 foi lançado em 1995, substituindo a geração anterior.
Todos os painéis da carroçaria foram alterados, mas mantendo traços estilísticos com o modelo anterior. Este novo modelo demonstrou-se mais uma vez muito popular, e apesar de ser construído com base no chassis da anterior geração MK3, o MK4 teve muitos dos seus componentes revistos, incluindo uma nova suspensão que melhorou bastante o comportamento e segurança do carro.
A maior alteração ocorreu na mecânica, recebendo novos motores Zetec a gasolina, tendo estado disponível no nosso mercado o bem sucedido 1.25, sempre com boas críticas por parte das revistas da especialidade e pelos próprios proprietários graças à sua elasticidade e força.
O Fiesta MK4 contou também com o motor 1.4 de 90cv tendo este motor tido muito pouca saída no mercado português.
O motor Diesel 1.8 foi ligeiramente melhorado recebendo então a designação Endura DE, e posteriormente houve versões dotadas com turbo, equipando a bem sucedida gama de comerciais Boss Turbo e TDDi.
Estava disponível no mercado português com as versões Studio, Techno e Ghia. Nas camadas mais jovens, o Techno foi sempre o mais apetecido, estando equipado com bancos com apoio lombar melhorado, jantes de liga leve de 4 braços com pneus 185-55-14, faróis de nevoeiro, painel de instrumentos com fundo branco entre outros. O Ghia era a versão mais luxuosa, possuindo bancos em veludo, uma grelha frontal com acabamentos estilo vidro, entre outros.
Ford Fiesta MK5 (1999 - 2002)
Em 1999 como o Fiesta tinha a emergência de se actualizar, face aos concorrentes da mesma gama, foi então feito um facelift com base na nova linguagem de design da marca, o New Edge Design.
Esta nova mudança no design dos automóveis Ford, nos anos 2000 foi inicialmente criada por Jack Telnack e implementada pelos Designers da Ford tais como Claude Lobo e John Doughty. Este novo design combinou de forma distinta arcos cruzados e outros recursos, criando uma “tensão superficial” ao adicionar vincos a formas aerodinâmicas suaves dos veículos.
Mas não foi só o visual a ser alterado no novo Ford Fiesta MK5. Uma caixa mais longa, algumas restrições ambientais na mecânica e, mais uma vez, melhorias nos órgãos de suspensão, fizeram parte desta atualização.
Infelizmente não esteve disponível no nosso mercado o modelo desportivo Zetec-S, equipado com um motor 1.6 Zetec. O Fiesta Zetec-S ou Sport (Espanha) estava visualmente equipado com para-choques desportivos, saias laterais e jantes de design desportivo. Os donos de Ford Fiesta’s portugueses, tendem a adoptar o visual do desportivo Zetec, aplicando os respectivos para-choques, saias laterais e jantes criando réplicas perfeitas deste modelo desportivo.
Ford Fiesta MK6 & 6.5 (2003- 2008)
Em 2002 uma nova geração foi desvendada, sem ligações genéticas ao modelo original de 1976. Contando com carroçarias de 5 e 3 portas, em que, pela primeira vez, ambas as versões tinham um design distinto: com 3 portas assemelha-se a um pequeno coupé, enquanto que a versão de 5 portas apresenta-se mais discreta e familiar.
A maioria dos motores veio da anterior geração, com uma nova gestão electrónica e mais limitações ambientais. A caixa era ainda mais longa, e desta feita os motores eram chamados de “Duratec”. Os motores disponíveis no nosso mercado foram os 1.25, 1.4 e 2.0 a gasolina, tal como o 1.4 TDCI Diesel, feito em parceria com o grupo francês PSA (Peugeot Citroën).
Os níveis de equipamento no nosso mercado eram distintos nas versões Ambiente, Trend, Ghia e ST. Em meados de 2005, o nível Trend foi substituído pelo X-Trend, que incluía a grelha cromada do Ghia, uma consola central com acabamentos cinza e piscas laterais brancos, entre outros upgrades. O Fiesta MK6 distingue-se dos seus antecessores pela maior segurança: dispondo de ABS de série e Airbags laterais para o condutor e passageiro. A célula de segurança deste carro garantiu-lhe as 5 estrelas nos testes de colisão da Euro NCAP, sendo uma positiva evolução.
As capacidades dinâmicas do novo chassis deste carro, aliado a exclusivas suspensões frontais com braços em L garantem-lhe uma soberba eficácia dinâmica, tendo sido o melhor do segmento. O Ford Fiesta ST é a versão mais desportiva desta geração, dotado com um motor sobrealimentado de 2.0L, com 150cv capaz de o levar a velocidades de 210km\h. De visual detinha pára-choques desportivos, jantes de 17”, saias laterais, bancos desportivos com acabamentos em pele, o logótipo ST no volante e em opção faixa dupla estilo GT no exterior do carro.
Ao longo da sua produção, o interior do MK6 também sofreu algumas alterações. Os primeiros MK6 tinham um quadrante escuro, com ponteiros laranja, e indicador digital para a temperatura e gasolina. A ligeira remodelação trouxe um quadrante com aros cinza, ponteiros vermelhos e o indicador digital de gasolina e temperatura foi revisto, sendo mais preciso.
Em Novembro de 2005, foi introduzida a versão facelift do MK6, conhecida como MK6.5. O Fiesta manteve a mesma mecânica, mas a nível de visual, contou com novos pára-choques mais arredondados, faróis com desenho diferente, tal como os farolins posteriores, estes contando com duas luzes de retro-nevoeiro e duas de marcha-atrás, ao contrário da versão pré-facelift que dispunha uma de cada. O interior dispunha agora de plásticos mais macios ao toque, e o painel de instrumentos foi alterado, tendo agora indicadores de temperatura e gasolina analógicos, numa disposição semelhante à encontrada no Focus MK2.
Novos extras incluem espelhos com recolhimento eléctrico, computador de bordo, comandos de voz, Bluetooth, leitor de MP3, ESP e uma nova escolha de pinturas metalizadas.
Mais tarde, em meados de 2006, apareceu a gama “Connection”, utilizando os mesmos pára-choques do ST, que apesar de dotarem os carros com um bom visual, retirou parte da exclusividade do design ST.
A gama “Connection”, devido ao seu alargado sucesso, deu lugar à gama Zetec, mantendo o carro com aparência desportiva, cativando os compradores mais jovens
Ford Fiesta MK7 & 7.5 (2003- 2008)
O Fiesta MK7 foi apresentado sob forma de concept car como Ford Verve, no Salão Automóvel de Frankfurt em Setembro de 2007. A plataforma era partilhada com o novo Mazda 2, e havia rumores que também seria utilizada para um futuro Volvo de pequenas dimensões.
A versão definitiva do novo Fiesta, rompeu com as especulações de que o novo modelo do segmento B da Ford iria ter outro nome, mas a gigante da oval azul, deu a conhecer que o nome Fiesta estaria para ficar, e seria utilizado para designar este modelo no mundo inteiro, sendo então um carro global, vendido desde a Europa à Ásia, não esquecendo os Estados Unidos, mantendo a mesma plataforma.
A produção começou na fábrica da Ford em Colônia, na Alemanha, em Agosto de 2008. Uma segunda fábrica em Valência, Espanha, começou a produzir no início de 2009. As produções na China, Tailândia e México começaram no final de 2008 a 2010.
Em Portugal, o seu lançamento foi a 18 de Outubro de 2008 na final do reality show virtual criado pela Ford Lusitâna, o “Ícones”. No “Ícones” os participantes tinham de superar diversos desafios e para o seu dia-a-dia tinham direito a um Ford Fiesta. Quem conseguisse completar todos os desafios, ganhava o automóvel.
Um dos últimos desafios foi a “Concentração de Ford Fiestas” do qual o Fiesta Club Portugal fez parte da equipa da participante Ema Borges, vencedora do concurso.
Em 2013, o Ford Fiesta recebeu um facelift, designando-se assim de MK 7.5. Este remodelado modelo foi o primeiro a usar a nova grelha trapezoidal, um novo design que foi posteriormente utilizado em todos os modelos Ford. Nesta gama os motores EcoBoost 1.0 de 100, 125 e de 140cv. ganharam diversos prémios consecutivos, Engine of The Year.
Em 2013, devido à crise económica que estava presente em Portugal, a Ford Lusitâna, registava um dos mais baixos nível de visitas aos concessionários. Aproveitando o lançamento do novo facelift do Fiesta MK7, foi criado o ‘Fiesta 24h Project’. Este conceito consistia em ter os concessários abertos durante 24h non-stop com várias equipas participantes de norte a sul do país em cada concessionário Ford, angariando visitas e clientes aos concessionários das formas mais criativas. A equipa com maior número de contactos e visitas ao concessionário tinha direito a um novo Ford Fiesta MK7.5 (Facelift) durante 24 meses. O resultado desta campanha foi 64 veículos vendidos e um retorno de cerca de 1.000.000 de euros para a marca. 24% dos modelos vendidos nessas 24 horas foram Ford Fiestas.
No mesmo ano de 2013 foi também lançado o Fiesta ST com um motor EcoBoost de quatro cilindros, a debitar 182cv. Este modelo recebeu nos primeiros seis meses cerca de 10.000 encomendas, o dobro do que tinha sido projectado pela marca, além de ter ganho o prémio de carro do ano da Top Gear em 2013. Em 2016, a Ford lançou a edição limitada do Fiesta ST200 na Europa.
Este modelo apresentava-se com uma pintura cinza especial como a única cor disponível, e jantes de liga-leve em 17 polegadas. No interior, estava equipado com bancos Recaro. A sua potência e torque foram aumentados para 200cv e 290 Nm respetivamente. Graças ao aumento de potência e também a uma relação de caixa mais curta, o tempo dos 0-100km/h foi reduzido para 6,7 segundos.
Ford Fiesta MK8 & 8.5 (2017 - 2023)
Lançado a 26 de Junho de 2017, o novo Ford Fiesta MK8 apresenta a mais sofisticada gama de tecnologias de assistência à condução e de características de conectividade entre todos os modelos utilitários de grande volume à venda na Europa. Este é apenas um dos argumentos da mais ampla e versátil gama de sempre do Fiesta, em mais de 40 anos de história do modelo, desde o MK1 até aos dias de hoje.
As diferentes versões do novo Fiesta disponíveis no lançamento, incluem o início de gama, o Fiesta Connected elegante Fiesta Titanium, o desportivo Fiesta ST-Line, com inspiração Ford Performance, o luxuoso Fiesta Vignale, o Active, o primeiro crossover da gama e o ST-3 de 200cv – criado em exclusivo pela divisão desportiva da marca, Ford Performance.
As variantes de três e de cinco portas do Fiesta apresentam níveis superiores de qualidade e de requinte, destacando-se um novo exterior mais elegante e um design interior revolucionário, com mais opções de personalização do que nunca. A Ford reforçou também o aclamado carácter de prazer de condução tão típico do Fiesta.
O novo Fiesta conta com tecnologias de sensores capazes de detectar até uma distância de 130 metros – com Sistema de Detecção de Peões que, pela primeira vez, pode ajudar a evitar colisões durante a condução nocturna – como o primeiro sistema de Assistência Activa ao Estacionamento da Ford capaz de accionar os travões de forma a evitar embates a baixa velocidade e o estacionar em modo “mãos-livres”. Este é o primeiro modelo da Ford a ter o sistema de som premium B&O PLAY, e a disponibilizar, pela primeira vez, um tecto de abrir panorâmico em vidro.
Na gama de motores inclui-se o multi-premiado bloco Ford EcoBoost de 1.5 litros, a gasolina com opcional do motor elétrico MHEV, com potências até 155cv, um bloco 1.5 de três cilindros a gasolina a debitar 200cv, exclusivo do modelo ST e um bloco de 1.5 litros TDCi diesel com 85 CV, o primeiro propulsor diesel de elevada potência do Fiesta. Uma nova transmissão de seis velocidades, com tecnologia inovadora de redução da fricção, contribui para emissões de CO2 desde 82 g/km e consumos a partir de 3,2 l/100 km.
Desde 1976, o Ford Fiesta esteve presente em inúmeros grandes momentos, pequenos momentos e primeiras vezes.
Depois de inúmeras gerações do icónico Fiesta ao longo de 46 anos, é hora de dizer obrigado… e bons sonhos. Foram 46 anos de sucesso, divididos por oito gerações, e mais de 16 milhões de unidades vendidas de um dos modelos mais emblemáticos da Ford.
O Fiesta desempenhou um papel fundamental na história da Ford até hoje. Quando um capítulo termina, o próximo está apenas a começar. #BonsSonhosFiesta