Tem um automóvel a diesel e quer saber um pouco mais sobre o funcionamento do motor? Leia esta informação do CEPRA - Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel e fique a saber mais.
figura 1
O motor a gasóleo tem como finalidade transformar a energia calorífica resultante da combustão do carburante (gasóleo+ar) em energia mecânica a transmitir às rodas motoras do veículo.
O enchimento do cilindro corresponde ao tempo de admissão, quando o êmbolo se desloca do Ponto Morto Superior (PMS) para o Ponto Morto Inferior (PMI), com a válvula de admissão aberta.
O PMS e o PMI, indicados na figura 1, correspondem, respectivamente, ao final do curso ascendente e descendente do êmbolo.
figura 2
No tempo de admissão, representado na figura 2, o movimento descendente do êmbolo, desde o PMS até ao PMI, provoca uma depressão no interior do cilindro, aspirando o ar que se encontra no colector de admissão através da válvula de admissão que se encontra aberta.
Os motores que utilizam apenas o efeito de sucção, criado pelo movimento do êmbolo, como forma de enchimento do cilindro, são designados por motores atmosféricos. Quanto aos que recorrem ao auxílio de turbocompressores para aumentar a massa de ar a introduzir nos cilindros, são designados por motores sobrealimentados. O principio de funcionamento dos turbocompressores, representado na figura 3, baseia-se numa turbina que aproveita a energia cinética resultante do movimento dos gases de escape expelidos pelo motor, transformando-a em energia mecânica de forma a accionar um compressor centrifugo.
figura 3
A energia mecânica libertada pela turbina é transmitida através de um veio comum para o compressor, fornecendo-lhe movimento rotativo, utilizado para a compressão do ar a introduzir nos cilindros, no tempo de admissão. Com o auxílio dos turbocompressores conseguem-se melhores rendimentos e maiores potências nos motores.
Quando o êmbolo atinge o PMI, a válvula de admissão fecha-se e inicia-se o tempo de compressão, tal como representado na figura 4.
figura 4
Neste período, o ar é comprimido pelo êmbolo no seu movimento ascendente, desde o PMI até ao PMS, com as válvulas de escape e admissão fechadas.
Depois de terminado o tempo de compressão, o ar encontra-se no espaço representado no ponto 2 da figura 1, designado por câmara de combustão.
Neste instante, é injectado gasóleo no cilindro, misturando-se com o ar fortemente aquecido e comprimido, inflamando-se de forma espontânea.
figura 5
A pulverização do gasóleo pode ser feita, no caso dos motores de injecção directa, directamente para o interior do cilindro (ver figura 5), enquanto que para os motores de injecção indirecta, a injecção é feita no interior de uma câmara de pré combustão ou de uma câmara de turbulência.
A injecção deve ser feita de forma a obter-se uma mistura homogénea ar /combustível que proporcione uma combustão completa.
A quantidade de gasóleo injectado na câmara de combustão é proporcional ao tempo de abertura da agulha pulverizadora do injector, controlada através de impulsos eléctricos enviados por uma unidade electrónica de comando.
figura 6
Neste momento, em que se injecta o combustível, inicia-se o tempo de combustão / expansão provocando um aumento de pressão no interior da câmara de combustão, tal como representado na figura 6. Este aumento de pressão força o êmbolo a movimentar-se no sentido descendente.
O movimento rectilíneo dos êmbolos é transformado em movimento rotativo através de um veio de manivelas (cambota) e biela(s) que por sua vez é transmitido às rodas motoras do veículo, de forma controlada.
Quando o êmbolo atinge o PMI e termina o tempo de expansão, inicia-se o tempo de escape, representado na figura 7.
figura 7
Este tempo corresponde ao movimento ascendente do êmbolo desde o PMI até ao PMS, com a válvula de escape aberta e a de admissão fechada, de forma a que o êmbolo arraste os gases resultantes da combustão para o exterior do cilindro. Estes gases, no caso dos motores sobrealimentados, são aproveitados para accionar a turbina, conforme já se fez referência.
Em seguida inicia-se um novo ciclo do cilindro.
figura 8
As válvulas de admissão e escape controlam, respectivamente, a entrada do ar e saída dos gases de escape resultantes da combustão. Estas válvulas são accionadas por uma árvore de cames ou veio de excêntricos representados na figura 8.
figura 9
Actualmente, a árvore de cames está colocada na parte superior dos cilindros, sendo movida através de uma transmissão que adquire movimento na cambota (ver figura 11).
A sua relação de transmissão é de 2 para 1, correspondendo 1 volta na árvore de cames a duas voltas na cambota. Desta forma garante-se a abertura das válvulas nos tempos certos.
Alguma coisa a acrescentar mandem MP.