A razão pela qual as pessoas escolhem o de 90 é pela linearidade do motor. O binário dos motores menos potente é por norma igual ao mais potente. O que habitualmente varia é o regime a que é obtido, tal como a potência. Um carro com binário e potência a mais baixa rotação, é mais fácil de conduzir nos regimes do doa-a-dia. Não é tão brusco e não tem tanto turbolag como o mais potente.
Um bom exemplo são os motores da Opel. Olha o 1.7 de 125cv. Aquilo é completamente morto até Às 2000 rpm's e acaba nas 4500, se bem que apartir das 4000 já começa a morrer. Resumindo, só há 2000 a 2500 rpm's. Na rotação útil, o motor até se mexe e é relativamente solícito, mas nas rotações do dia-a-dia, especialmente no para arranca, que normalmente é abaixo das 2000, é mau de utilizar. O motor simplesmente não tem força.
Os motores mais fracos são melhores. O turbo costuma ser de geometria fixa, que é optimizado para as baixas rotações e a força é maior pouco depois do relanti.
Um bom exemplo de um bom motor é o 1.6 MultiJet da Fiat. O motor de 105cv tem 80% do binário máximo logo às 1500 rpm's, ou seja, o relanti é praticamente nas 1000 rpm's e mal se toca no acelerador para arrancar num semaforo, a força é logo muita. Imagina num Opel... Imagina numa AE, a 120 em 5ª.
Já andei com uma Zafira de 125cv e aquilo é deprimente. A 6ª só seve para AE e em plano ou bem fora dos limites legais, porque a 120 ela não tem força nenhuma, a rotação está muito baixa e nesse regime não há motor. Qualquer ultrapassagem pede logo a 5ª. No caso do Fiat, a resposta é imediata.
Nos motores da Ford de 90 e 109 passa-se o mesmo. A curva de binário e de potência são mais lineares no mais fraco. Perde nos regimes mais altos e numa condução mais exigente, mas andamos mais tempo em regimes altos ou baixos?!